Vale do Catimbau: Ecoturismo e Reconexão

Localizado entre os municípios de Buíque, Ibimirim e Tupanatinga, no coração do estado de Pernambuco, o Parque Nacional do Catimbau é uma das mais ricas e impressionantes áreas de preservação do Brasil. Criado por decreto federal em 2002, o Parque abrange mais de 62 mil hectares de Caatinga nativa – bioma predominantemente brasileiro, formações rochosas monumentais e um dos maiores sítios arqueológicos do país.

Administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Parque tem como missão a proteção dos ecossistemas naturais, o incentivo à pesquisa científica e o fomento ao turismo sustentável. Com cerca de 2.000 registros de pinturas rupestres e vestígios de ocupações humanas com mais de 6 mil anos, o Catimbau é considerado o segundo maior parque arqueológico do Brasil, atrás apenas da Serra da Capivara, no Piauí.

A paisagem do vale impressiona não apenas por sua grandiosidade, mas também por sua diversidade. Cânions profundos, cavernas e formações esculpidas pelo tempo compõem um cenário de rara beleza, que atrai desde turistas e aventureiros até pesquisadores, ambientalistas e grupos espiritualistas. Não por acaso, o Catimbau também é conhecido como o “Vale da Cura” — título simbólico atribuído pela comunidade local e por visitantes que encontram no local um espaço de introspecção, conexão com a natureza e renovação interior.

Um dos pilares do turismo responsável na região é a Associação dos Guias do Parque Nacional do Catimbau, formada majoritariamente por moradores locais capacitados. Eles atuam como guias credenciados, conduzindo visitantes por trilhas, sítios arqueológicos e formações naturais, sempre com foco na segurança, conservação e valorização da cultura local. Além de gerar renda e fortalecer a economia da região, a associação é exemplo de turismo de base comunitária e contribui diretamente para a preservação ambiental e o combate à exploração predatória.

Além de sua relevância ambiental e cultural, o Parque Nacional do Catimbau se destaca como uma das principais reservas de Caatinga do Brasil, bioma exclusivamente brasileiro e historicamente ameaçado. A preservação dessa área é fundamental para a manutenção da biodiversidade regional e para o desenvolvimento de práticas sustentáveis que beneficiam diretamente as populações locais, incluindo comunidades quilombolas e indígenas que vivem no entorno da unidade de conservação.

Aberto à visitação, o parque oferece trilhas guiadas com roteiros que passam por mirantes naturais, sítios arqueológicos e formações rochosas com nomes sugestivos como Trilha do Santuário, Trilha das Torres e Trilha da Igrejinha. A visita ao Catimbau é uma imersão em história, natureza e espiritualidade — uma experiência singular no sertão pernambucano.

Por Patrícia Lemos – Diretora executiva do escritório Pires Advogados. Formada em Comunicação Social pela UFPE, é pós-graduada em Marketing pela UFPE e mestra em Gestão Empresarial pela UniFBV.

*Via Assessoria