Geração Z: os desafios do mercado de trabalho com uma geração conectada

Nascidos entre meados dos anos 1990 e 2010, a chamada Geração Z cresceu conectada, com acesso ilimitado à informação, redes sociais e novas formas de consumo. Hoje, dividindo os espaços de trabalho com outras gerações, esses jovens têm sido frequentemente tema de discussões, sobretudo pelas expectativas e valores muitas vezes diferentes dos colegas de gerações anteriores.

Para muitos gestores, lidar com a Geração Z não é tarefa simples. Esse choque de mentalidades tem gerado tensões e até alta rotatividade. Horários rígidos, estruturas hierárquicas e processos engessados soam antiquados para quem cresceu com aplicativos e plataformas que funcionam 24 horas. Uma turma que valoriza flexibilidade, quer autonomia e espera que o trabalho faça sentido, não apenas pague contas.

Mas, antes de rotular essa geração como “difícil”, vale olhar o outro lado. A Geração Z traz ativos importantes para as empresas. São nativos digitais, aprendem novas ferramentas rapidamente e têm um olhar natural para diversidade, inclusão e sustentabilidade. Além disso, a busca por bem-estar tem feito empresas repensarem jornadas, políticas de saúde mental e até o sentido do trabalho que oferecem.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Geração Z já representa cerca de 47 milhões de brasileiros e quase metade deles está inserida no mercado de trabalho, atuando nas mais diversas áreas. Apesar da presença significativa, os índices de desemprego ainda são alarmantes. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, a taxa de desocupação entre os jovens de 18 a 24 anos é de 14,3% — mais que o dobro da média nacional, que está em 6,9%.

O desafio, portanto, é construir pontes com essa geração. Dar feedbacks mais constantes e transparentes, criar programas de mentoria para aproximar gerações e, principalmente, comunicar de forma clara o propósito do negócio, são ações muito bem-vindas. No lugar de enxergar esses jovens como um problema dentro das organizações, devemos vê-los como oportunidades de inovação e renovação. Afinal, é da convivência entre diferentes olhares e atitudes que surgem as melhores iniciativas e ideias.

Carolina Holanda, psicóloga, consultora e sócia da TGI Consultoria

*Via Assessoria