O espetáculo reúne obra clássica de Stravinsky e cosmogonias originárias
O Ministério da Cultura, a Petrobras e o Instituto Cultural Vale apresentam “Sagração”, por meio
da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O espetáculo realiza uma única apresentaçãono Teatro Guararapes no
dia 07de outubro.
Na versão dirigida por Deborah Colker, a música clássica de Stravinsky encontra ritmos
brasileiros no espetáculo inspirado por visões ancestrais sobre a origem do mundo. “Sagração”
estreou no dia 21 de março de 2024 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Fundada em 1994,
a Companhia realizou mais de duas mil apresentações em mais de 100 cidades de 35 países,
totalizando um público de cerca de 4 milhões de pessoas em todas as suas performances.
“Durante esses anos, assistimos e participamos de muitas transformações na cultura, na política
e na economia. Chegamos até aqui porque temos este espírito de evolução, que é um tema
muito precioso para o novo espetáculo”, avalia o diretor executivo João Elias, que fundou a
companhia de dança com Deborah Colker.
O processo criativo de “Sagração” durou dois anos e meio. O espetáculo é uma livre adaptação de
“A Sagração da Primavera”, obra composta pelo russo Igor Stravinsky, que ganhou projeção mundial
pela montagem estreada em Paris em 1913, com coreografia de Vaslav Nijinsky e produção de
Sergei Diaghilev para os Ballets Russes. A composição musical é considerada revolucionária por
introduzir estruturasrítmicas e harmônicas nunca antes utilizadas em partituras.
“Quando decidi recontar esse clássico, pensei que teria de ser a partir da cosmovisão de povos
originários do Brasil”, lembra Deborah, que também é pianista. “Stravinsky foi responsável por
pontos de ruptura e provocação entre o erudito e o primitivo. ‘A Sagração
da Primavera’ representa esses pontos de evolução da humanidade”.
Foi em uma viagem para o Xingu, durante o Kuarup, e no encontro com as aldeias indígenas
Kalapalo e Kuikuro, que Deborah conheceu Takumã Kuikuro. O cineasta contou à ela como o povo
do chão recebeu o fogo do Urubu Rei. Essa história é dançada e acompanhada por narração do
próprio Takumã e faz parte da coleção de cosmogonias que a diretora reuniu para montar a
dramaturgia do espetáculo.
“Tudo só poderia ter começado com uma mulher. Uma avó. A avó do mundo”, conclui Deborah, que,
com a assessoria de Nilton Bonder, revisitou a mitologia judaico-cristã. Do livro “Gênesis”, as
passagens sobre Eva e a serpente e também Abraão ganham cenas que destacam momentos de
ruptura. “São dois mitos que elaboram sobre a consciência humana: pela autonomia de uma mulher
que desperta para caminhos interditados e transgride; e de um homem que sai da sua casa e cultura
em direção a si mesmo”, destaca Nilton Bonder. Além das alegorias bíblicas, a coreógrafa também
buscou referências na literatura científica.
“A versão mais recente da nossa espécie é a Homo sapiens sapiens que, assim como outros
seres, precisa se adaptar constantemente”, pontua Deborah, destacando a presença das
personagens que representam bactérias, herbívoros e quadrúpedes no espetáculo. “Nossa
dramaturgia é feita da poesia presente em mitos e teorias que pensam a existência da vida em
nosso planeta”. A coreógrafa, em parceria com o diretor musical Alexandre Elias, introduziu à
partitura instrumental de Stravinsky a sonoridade pujante das florestas e ritmos brasileiros.
Boi bumbá, coco, afoxé e samba foram introduzidos à criação de Stravinsky. Aos acordes de
instrumentos de orquestra, o diretormusical adicionou flauta de madeira,maracá, caxixi e tambores.
Os paus de chuva também entram em cena no arranjo executado ao vivo pelos bailarinos. Para dar
vida às narrativas e trajetórias do espetáculo, o cenógrafoGringo Cardia incorpora 170 bambus de 4
metros de altura que simbolizam resistência e flexibilidade.
Criação, Direção e Dramaturgia DEBORAH COLKER
Direção Executiva JOÃO ELIAS
Direção Musical ALEXANDRE ELIAS
Direção de Arte GRINGO CARDIA
Dramaturgia NILTON BONDER
Figurinos CLAUDIA KOPKE
Desenho de Luz BETO BRUEL
Fotografia FLÁVIO COLKER
Serviço
Teatro Guararapes
Dia 07 outubro. Terça-feira, 20h30.
Valores: de R$ 25,00 a R$ 200,00.
Classificação indicativa: 10 anos
Desconto Petrobras: 50% para a força de trabalho mediante apresentação do crachá funcional para a
compra de até 2 ingressos.
Desconto Instituto Cultural Vale: 50% para a força de trabalho mediante apresentação do crachá
funcional para a compra de até 2 ingressos.
*Via Assessoria