Em meio a uma crescente crise de saúde mental, a atuação do psicólogo se torna cada vez mais essencial. Dados de 2024 apontam que mais de 400 mil pessoas foram afastadas do trabalho por questões relacionadas à saúde mental, um aumento de 60% em relação ao ano anterior, segundo o Ministério da Previdência Social, sem contar aqueles que não tiveram acesso ao afastamento. Esse cenário reforça a necessidade de profissionais capacitados para oferecer acolhimento, orientação e suporte.
Segundo Lucas Glasner, professor de Psicologia do Centro Universitário UniFBV Wyden, a psicologia atua em diversos cenários, desde equipes multiprofissionais do SUS e clínicas-escolas até organizações do terceiro setor e consultórios privados. “A psicologia oferece espaço de escuta e acolhimento em uma sociedade que valoriza a aceleração e a produtividade. Ela é contracultural nesse sentido, promovendo reflexão, autoconhecimento e cuidado emocional”, explica Glasner.
Ainda existe preconceito em procurar ajuda psicológica, e a terapia muitas vezes é associada apenas a pessoas “com problemas”. “Terapia é para todos, mas nem todo mundo precisa dela, e nem tudo se resolve na psicoterapia. É um processo de autoconhecimento que exige engajamento e paciência”, desmistifica.
A pandemia intensificou problemas como ansiedade, depressão e burnout, especialmente em países da América Latina, como o Brasil. “Nunca mudamos tanto em tão pouco tempo e estamos tão sobrecarregados de informações. A psicologia contribui oferecendo estratégias para lidar com essas mudanças e fortalecendo o senso de conexão e pertencimento”, comenta o professor.
Para quem ainda tem receio de buscar ajuda, o professor deixa uma mensagem clara: “Aceitar que precisa de ajuda é o primeiro passo. Reconheça que você não precisa ser ‘forte’ o tempo todo e que sempre haverá alguém disposto a ouvir”, destaca. “A reflexão é clara: valorizar a saúde mental é tão essencial quanto cuidar do corpo, e o trabalho do psicólogo é fundamental para garantir bem-estar, acolhimento e qualidade de vida em um mundo cada vez mais acelerado”, finaliza.
*Via Assessoria
