Novo sistema viário, dois parques, requalificação do patrimônio histórico e integração entre centro e zona sul promovem conexão urbana, lazer e desenvolvimento cultural
O Recife está vivenciando uma das mais abrangentes intervenções urbanas de sua história recente, com o conjunto de obras em andamento no Cais José Estelita promovendo uma verdadeira revolução na mobilidade, no lazer, no resgate histórico e na relação da cidade com sua frente d’água. O projeto, fruto de uma parceria entre o Consórcio Novo Recife, a Prefeitura do Recife, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), contempla a implantação de um novo sistema viário que conectará com mais fluidez o Centro à Zona Sul, a criação de um parque na orla com mais de 33 mil m², além da construção do Parque da Memória Ferroviária com 55 mil m² e da restauração de galpões e casarios históricos.
Outra frente importante da obra é a modernização da infraestrutura urbana, com a instalação de uma nova rede subterrânea destinada à distribuição de energia elétrica e à transmissão de dados, garantindo mais segurança, eficiência e menor impacto visual à paisagem urbana. O projeto inclui ainda a reconfiguração de espaços públicos e a retomada do vínculo entre o Bairro de São José e o mar, resgatando conexões históricas e promovendo a integração entre diferentes áreas da cidade.
A proposta devolve à cidade um território estratégico, valorizando sua paisagem natural, o patrimônio arquitetônico e sua função urbana com soluções modernas, inclusivas e sustentáveis. Com investimento total superior a R$ 140 milhões , as obras já em curso incluem a construção do parque da orla, novo sistema viário, restauração dos bens valorados do Parque da Memória Ferroviária, ciclovias bidirecionais, calçadas amplas e acessíveis, nova iluminação pública em LED, redes subterrâneas de energia, internet, água, esgoto e gás natural, além de um novo sistema de drenagem que soluciona gargalos históricos de alagamento na região de São José e o restauro, já realizado, da Igreja Matriz de São josé.
Outro diferencial do Novo Cais é romper com o modelo tradicional de condomínios fechados. Os empreendimentos residenciais, como o Mirante do Cais e o Parque do Cais, têm suas fachadas ativas, com espaços para o comércio e contato direto com o público, contribuindo para a vitalidade urbana. A proposta é fazer do Estelita mais que um corredor urbano multifuncional, que articula transporte, vias e regiões, mas também um destino de lazer, cultura, patrimônio e convivência cidadã.
“Estamos promovendo um novo conceito de viver o Recife. Queremos que as pessoas se sintam parte desse lugar, que venham caminhar, pedalar, contemplar e conviver. O Novo Cais é um espaço pensado para todos, onde a cidade se encontra com sua história e com o futuro ao mesmo tempo”, afirma Diego Villar, CEO da Moura Dubeux, empresa que faz parte do Consórcio Novo Recife.
Novo sistema viário
O novo sistema viário substitui o antigo traçado da Avenida Engenheiro José Estelita e introduz um binário com três faixas de rolamento em cada sentido, além de calçadas amplas, ciclovias bidirecionais e infraestrutura subterrânea completa para redes de energia, internet, gás e saneamento. A nova configuração dele propõe duas avenidas paralelas: uma junto à margem da Bacia do Pina (sentido Zona Sul–Centro) e outra posicionada atrás dos empreendimentos do Novo Cais (sentido Centro–Zona Sul). A presença de retornos entre quadras facilita a redistribuição do fluxo e reduz deslocamentos desnecessários, com impacto direto na fluidez viária. Com cerca de 90% da obra concluída, os trabalhos seguem em ritmo acelerado.
Atualmente, diversas frentes atuam simultaneamente em pavimentação, drenagem, sinalização, acabamento urbano e paisagismo. O investimento total estimado na malha viária é de R$ 50 milhões, dos quais R$ 35 milhões já foram executados e os R$ 15 milhões restantes correspondem à fase atual. “O Recife está vivendo um novo momento, e essa intervenção é um símbolo dessa virada. Estamos recuperando uma área estratégica da cidade, garantindo fluidez no trânsito, priorizando a mobilidade ativa e devolvendo esse espaço histórico à população. Tudo isso com planejamento, parceria e compromisso com o futuro”, afirma Diego Villar.
O sistema de drenagem pluvial da região foi completamente redesenhado para resolver gargalos históricos de alagamento em áreas como o bairro de São José. As obras incluem novas redes pluviais que atravessam a antiga linha férrea, conexões com a bacia do Rio Capibaribe e pontos de escoamento interligados à Avenida Sul, elevando significativamente a resiliência hídrica da área. A Compesa também atua em parceria para modernizar as redes de abastecimento de água e esgoto, enquanto a instalação de gás natural canalizado já foi concluída na Ilha de Antônio Vaz, onde está sendo desenvolvido todo o projeto do Novo Cais.
A malha viária traz ainda avanços em acessibilidade urbana. Calçadas niveladas e amplas, ciclovias seguras, sinalização moderna e iluminação pública em LED foram projetadas com foco na caminhabilidade e na integração entre os modais. Os empreendimentos do Novo Cais, a exemplo do Mirante do Cais e Parque do Cais, não têm muros e suas fachadas são conectadas ao ambiente externo, reforçando o conceito de cidade viva. Segundo estudos técnicos de mobilidade, a nova configuração promove uma redução significativa no tempo de deslocamento entre o Centro e a Zona Sul.
A fluidez é potencializada pela ausência de desvios temporários na fase de transição — toda a implantação foi pensada para minimizar os impactos sobre a dinâmica atual da cidade. Para Eduardo Moura, diretor regional de Incorporação da Moura Dubeux, o novo traçado é resultado de uma escuta ativa das necessidades da cidade e da população. “Esse projeto representa um modelo de cidade mais inclusiva e conectada, onde a mobilidade não é pensada apenas para carros, mas também para pedestres, ciclistas e o transporte coletivo. Nossa contribuição vai além da construção física — é um investimento em qualidade urbana e cidadania.”
Parque na orla
Com obras previstas para iniciar no primeiro semestre de 2025, o parque da orla será um dos maiores e mais inovadores espaços públicos de lazer do Recife, com mais de 33 mil metros quadrados de área. Localizado na região do Cais José Estelita, ele nasce como um símbolo da reconexão do Recife com sua orla. O projeto propõe a construção de 1,7 quilômetros de ciclovias, calçadas duplas e generosas, infraestrutura acessível para pedestres e bicicletas, espaços de convivência para todas as idades, áreas contemplativas, arborização, conforto térmico e bastante integração com o entorno urbano.
Uma das grandes inovações será a transformação da antiga alça do viaduto próximo ao Cabanga, antes um canteiro rodoviário isolado, em uma área verde com lago, vegetação nativa e paisagismo, incorporada de forma orgânica ao parque. Ao longo de toda a área, haverá espaços pensados especialmente para as crianças, com parques da infância segmentados por faixa etária, oferecendo estruturas seguras e divertidas para o lazer infantil. Os pets também terão vez, com a criação de um parcão destinado à circulação e brincadeiras com cães. Outro destaque é a recuperação e requalificação de três casas históricas localizadas na área do parque.
Esses imóveis serão restaurados e convertidos para uso público, que podem abrigar cafés, livrarias, centros de visitantes e serviços comerciais, ativando a região com usos culturais e afetivos. O projeto também contempla a implantação de uma praça cívica no prolongamento com a Avenida Dantas Barreto, criando um eixo simbólico entre o Palácio do Campo das Princesas e o mar. A praça funcionará como uma espécie de marco zero do sul do Recife, com travessia nivelada para pedestres, permitindo que quem caminhar pelas calçadas da Dantas Barreto siga diretamente até a orla.
Com isso, o bairro de São José, historicamente separado da orla por um antigo muro da linha férrea, será reaberto à cidade, promovendo integração e resgate urbano. Na outra extremidade do parque, próximo ao Forte das Cinco Pontas, antigos galpões e casarios históricos serão restaurados e integrados à paisagem, formando um polo de cultura, gastronomia e economia criativa. Esses espaços farão a transição para o Parque da Memória Ferroviária, reforçando o vínculo entre história e inovação urbana. A segurança e a infraestrutura também foram pensadas com cuidado.
O parque da orla contará com videomonitoramento em toda a sua extensão, iluminação adequada ao uso noturno e presença da Guarda Municipal, com espaços reservados para viaturas e postos de vigilância ao longo do percurso. Bicicletários e estacionamentos planejados vão permitir que visitantes deixem seus carros e explorem o parque com tranquilidade. Atualmente, a área do Estelita é majoritariamente usada como espaço de passagem ou para atividades esporádicas, como corridas nos fins de semana e passeios de bicicleta. A expectativa é que, com a nova estrutura e gestão pública, o local passe a ser frequentado diariamente por moradores e visitantes, transformando-se em um novo ponto de encontro da cidade.
A entrega do novo sistema viário da região está prevista para junho de 2025, enquanto a conclusão total do parque deve ocorrer até o final de 2026. A operação será responsabilidade da Prefeitura do Recife, após a entrega das obras pela iniciativa privada. “A criação do parque na orla é, talvez, a face mais visível de um esforço maior de reconexão do Recife com sua paisagem, sua história e sua gente. Estamos trabalhando para que essa área deixe de ser um símbolo de abandono, e passe a ser um território de encontro, cultura, mobilidade e qualidade de vida. A cidade precisa de lugares assim”, afirma o CEO da Moura Dubeux.
Parque da Memória Ferroviária e galpão casario
Além do sistema viário e do parque da orla, o projeto urbanístico do Novo Cais contempla a criação do Parque da Memória Ferroviária, com 55 mil m² de área, dedicado ao resgate e à preservação de um capítulo essencial da história do Recife: o passado ferroviário da cidade. O parque será implantado na região compreendida entre o Forte das Cinco Pontas e o antigo eixo ferroviário voltado ao transporte de açúcar, trecho que abrigou a segunda linha de trem do Brasil, inaugurada após a Rio de Janeiro–Petrópolis.
A linha férrea, inicialmente traçada próxima à Rua Imperial, foi transferida na década de 1940 para a área atual após o aterramento de trechos do estuário, consolidando sua relevância logística e econômica. Essa linha conectava o interior do estado ao Porto do Recife e foi crucial para o escoamento da produção açucareira.
O projeto do Parque da Memória Ferroviária está sendo desenvolvido pelo paisagista Luiz Vieira, em diálogo com o Benedito Abbud, responsável pelo paisagismo do parque da orla. Os dois profissionais trabalham de forma integrada para criar uma conexão visual e funcional entre os parques e os novos empreendimentos do Novo Cais, incluindo jardins abertos nos edifícios residenciais e comerciais que suavizam a transição entre as áreas verdes e os espaços construídos.
A ligação central entre os dois parques será feita por uma grande explanada que conectará os pedestres da Avenida Dantas Barreto à orla da Bacia do Pina, reforçando a ideia de continuidade urbana, fluidez de circulação e ocupação integrada da cidade. O parque será também um núcleo de preservação e ativação cultural, com a restauração de todos os bens valorados pelo Iphan, entre eles a antiga estação ferroviária, a caixa d’água e cerca de 30 galpões casarios com área de aproximadamente 8 mil m².
Esses galpões, que serviram no passado para armazenamento de açúcar, serão recuperados com investimento de R$ 12 milhões. Ao todo, os recursos destinados à recuperação dos bens históricos somam R$ 30 milhões, com prazo estimado de um ano e meio para execução. A primeira etapa de intervenções será iniciada ainda no primeiro semestre de 2025, com foco na recuperação da caixa d’água e dos galpões localizados próximos ao viaduto, que marcam a transição entre o parque da orla e o Parque da Memória Ferroviária.
Está em elaboração um plano de gestão, uso e conservação do parque, desenvolvido em parceria com a Prefeitura do Recife e o Iphan. Esse plano definirá os usos mais adequados para os espaços restaurados, respeitando os critérios técnicos de conservação e ativando o local com múltiplas vocações. Estão previstas ações educativas, eventos culturais e iniciativas de valorização da história ferroviária, além da possibilidade de instalação de espaços gastronômicos, esportivos, startups, escritórios criativos e iniciativas do Porto Digital, promovendo dinamismo e ocupação sustentável.
Segundo Eduardo Moura, “resgatar esse patrimônio é devolver à cidade pedaços fundamentais da sua história. É permitir que novas gerações conheçam e vivam um Recife que honra seu passado, ao mesmo tempo em que avança para um modelo urbano mais justo, inclusivo e criativo”. O projeto do Parque da Memória Ferroviária ainda está em fase de detalhamento técnico. Para que sua execução aconteça integralmente, será necessária aprovação de órgãos como o Iphan, a Prefeitura do Recife e a Fundarpe.
Com essas chancelas, será possível buscar recursos públicos — federais, estaduais ou municipais — para a implantação completa do parque, cuja obrigação contratual do consórcio é a recuperação dos bens tombados. A proposta é que o novo parque não seja apenas um memorial, mas um espaço vivo e multifuncional, onde o passado da ferrovia impulsione uma nova forma de viver a cidade, conectando história, inovação e qualidade de vida.
Sobre a Moura Dubeux
Atuando há mais de 40 anos no segmento de edifícios de médio e alto padrão, a Moura Dubeux, que integra o Novo Mercado da B3 (MDNE3) desde fevereiro de 2020, é a primeira em market share na Região Nordeste e está entre as dez maiores incorporadoras do Brasil. Tem forte presença, ainda, no segmento composto por flats, hotéis e resorts, voltado aos consumidores de alto padrão e estrangeiros. Tendo iniciado suas atividades em Pernambuco, também está presente no Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Paraíba, Alagoas e Sergipe.
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*Via Assessoria