Com o tema “Mobilidade Humana. Responsabilidade Humana” e o lema “Desacelere. Seu bem maior é a vida”, Maio Amarelo 2025 alerta para a necessidade urgente de mudança de comportamento no trânsito brasileiro. A campanha ocorre em um cenário preocupante: em 2024, mais de 6 mil pessoas morreram em rodovias federais, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, um aumento de 9,5% em relação ao ano anterior. No estado de São Paulo, o número de mortes no trânsito chegou a 5.594 entre janeiro e novembro de 2024, com média de 16 óbitos por dia — o maior índice desde 2015, de acordo com o Detran-SP/Infosiga.
Criada em 2014 pelo Observatório Nacional de Segurança, a campanha ocorre anualmente em maio, mês que marca o início da Década de Ações para a Segurança no Trânsito, lançada pela ONU em 2011. A cor amarela foi escolhida como símbolo por remeter à sinalização de advertência, servindo como um chamado para reduzir os índices de acidentes e mortes nas vias.
Ao longo do mês, instituições públicas e privadas promovem atividades educativas em escolas, empresas e espaços públicos. O foco é sensibilizar motoristas, ciclistas e pedestres sobre a importância de atitudes conscientes e do respeito mútuo no trânsito.
A violência viária é majoritariamente causada por falhas humanas. A pressa, a distração e a imprudência são fatores recorrentes em acidentes. Evitar o uso do celular ao dirigir, respeitar os limites de velocidade e a sinalização, manter distância segura de outros veículos e sempre usar o cinto de segurança são medidas básicas, porém decisivas.
Também é essencial não dirigir sob efeito de álcool, manter o veículo em boas condições e dar prioridade aos pedestres nas travessias. A engenharia de tráfego também tem papel relevante: sinalização clara, faixas exclusivas e dispositivos para redução de velocidade ajudam a criar um ambiente mais seguro e contribuem para a prevenção de acidentes.
Para o engenheiro civil e professor da Estácio, Anderson Manzoli, políticas públicas precisam integrar urbanismo e segurança. “Investir em sinalização adequada e em projetos urbanos que favoreçam a convivência segura entre modais é tão importante quanto campanhas educativas. Um depende do outro para funcionar”, afirma.
Psicologia e comportamento no trânsito
O comportamento humano é fator-chave na prevenção de acidentes. Estados emocionais como estresse, fadiga e impaciência comprometem a tomada de decisões, diminuem a atenção e aumentam o risco de reações impulsivas.
“A pressa, o estresse e a impaciência afetam diretamente a forma como as pessoas se comportam no trânsito. Trabalhar a empatia e a responsabilidade emocional é essencial para a prevenção de acidentes”, afirma Fabrício Otoboni, professor de Psicologia da Wyden.
*Via Assessoria