O aumento das temperaturas, a alteração nos padrões de precipitação e a maior frequência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações, têm pressionado a vida selvagem e os ecossistemas naturais. Espécies que não conseguem se adaptar rapidamente a essas mudanças enfrentam sérios riscos de extinção.
De acordo com o IBGE, 2023, cerca de 24% das espécies de plantas e animais da mata atlântica estão em risco de extinção devido às mudanças climáticas.
No Nordeste brasileiro, a situação não é diferente, dada a frágil situação ecológica da região.
O semiárido nordestino, conhecido por sua caatinga, um bioma único que enfrenta desafios como a desertificação e a escassez hídrica, vem sofrendo com as crescentes temperaturas, exacerbando a vulnerabilidade da biodiversidade local.
Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) vêm trabalhado em projetos que visam a conservação da caatinga. Esses estudos mostram que espécies endêmicas, como a aroeira-do-sertão e o umbuzeiro, estão em risco devido à exploração predatória, ao aumento das temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação.
Além disso, a perda de habitats e a fragmentação de áreas naturais têm intensificado a ameaça às espécies. A integração de estratégias de adaptação às mudanças climáticas, como a conservação de nascentes e a revegetação de áreas degradadas, são fundamentais para garantir a resiliência dos ecossistemas locais.
Essas estratégias devem ser embasadas por políticas públicas voltadas para a conservação da biodiversidade e a conscientização da população sobre a sua importância.
Dito isto, a conservação da biodiversidade brasileira não é apenas uma questão ecológica, mas também social e econômica, pois muitas comunidades dependem dos recursos naturais para sua subsistência. A ação coordenada entre governos, pesquisadores e a sociedade civil é fundamental para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e proteger nosso patrimônio natural para as gerações futuras.
Por: Emmanuelle Matos, Engenheira Ambiental e docente da rede Wyden
*Via Assessoria