Boa noite a todos, todas e todes presentes, que satisfação, emoção e responsabilidade estar nesse local, de início parabenizar todos, todas e todes envolvidos na realização do 9° RECIFEST, na pessoa de Rosinha, trazemos os agradecimentos em nome das companheiras Poliny Aguiar e Cláudia Rebelo do Portal ClickREC atuante em Pernambuco há mais de 14 anos, levando informações e difundindo a cultura do Recife e de Pernambuco.
A 9° edição do Recifest foi uma das melhores realizações da minha vida, e escolher o melhor filme com temática de direitos humanos não foi fácil, produções incríveis, essa edição do Recifest reforça mais do que nunca que o caminho de transformação de nossa sociedade é através da cultura, democratizacão da cultura, infelizmente o modelo necropolítico e racista que está posto vem todos os dias tentando acabar com a última no Brasil, mas hoje assim como todos os dias, nós reforçamos que ele não conseguirá, pois a gente combinou de resistir e avançar e por isso fizemos que apesar de você, amanhã há de ser outro dia!
A entrega desse prêmio nesta edição do Recifest é algo muito forte. Revela a existência de um compromisso social e um pacto político de toda a sociedade que nos eleva como Estado e como nação. Se a defesa da democracia é a defesa da liberdade e da igualdade, os direitos humanos formam um receituário de ações cuja prática precisa ser primordial.
Ao longo desses dias assistindo várias produções me coube escolher apenas um, o filme que conta a história de uma mulher negra, periférica, vendedora ambulante com tripla jornada para manter sua existência e a de seu filho, uma criança atípica. Esse é o cenário atual do país infelizmente o sistema tenta todos os dias tirar as expectativas de dias melhores.
Essa mulher tem sua vida transformada pelo poder da leitura, mesmo sem saber ler, esteve ali, prontamente ouvindo através de uma jovem, a história do valente Dom Quixote, a história contagia toda sua família, e faz com que ela entenda que ela através de história pode ganhar o mundo.
Essa é a realidade de muitas mães no Brasil, falta emprego, o atual desgoverno cortando verbas da educação, tirando direitos todos os dias e potencializando uma política nefasta de invisibilidade.
Eu sou filho de mãe solteira, analfabeta, agricultura do interior de Pernambuco, ela ambulante vendendo pamonha conseguiu fazer com que seu filho LGBTQIA+ chegasse a lugares inimagináveis. E é por isso que o prêmio vai para o filme Ela Mora Logo Ali dirigido Fabiano Barros e Rafael Rogante.
Parabéns a todos, todas e todes!
E lembre-se Existimos, resistimos e insistimos em Existir!
(Discurso de entrega do prêmio, pelo nosso enviado especial, Pedro Henrique.)