Obras audiovisuais ampliam o conhecimento e facilitam acesso ao conteúdo exigido nas provas
Para os estudantes que estão na corrida por uma vaga na universidade, a busca pelo conhecimento ficou mais desafiadora com a necessidade do isolamento social. Com a rotina atípica, ainda afastados das salas de aula física, uma boa dica está no acesso a filmes, séries e documentários para complementar os estudos. Segundo professores, as obras audiovisuais são aliadas para desvendar o universo dos autores e estimular a mente, estudando de maneira leve e descontraída.
O acervo é vasto, grande parte possui fácil acesso pela internet, sem ter que pesar no bolso. Alguns roteiros são adaptações de peças literárias consagradas, promovendo verdadeiras viagens sem sair de casa. “Para entender melhor os livros de leituras recomendadas, vale a pena assistir a filmes relacionados às obras. Muitas vezes, as adaptações conseguem iluminar as leituras dos originais e facilitar o processo de aprendizado”, explica a professora de literatura do Colégio CBV, Fátima Amaral.
Além da proposta de estudos, a ideia é de que a imersão seja capaz de incentivar a criatividade e ainda proporcionar momentos de lazer. Alguns dos principais títulos, por exemplo, fazem parte do conteúdo aplicado no Sistema Seriado de Avaliação (SSA), da Universidade Pernambuco (UPE). “Na tela estarão verdadeiras aulas vivas da história do Brasil, abordando também geografia, ética, além de aspectos econômicos e sociais”, exemplifica a educadora do CBV.
Segundo ela, entre os bons exemplos estão as obras assinadas pelo escritor Guimarães Rosa, como “Grande Sertão: Veredas”; “A Hora e a vez de Augusto Matraga”; “Mutum”; e a “A terceira margem do rio”. Também figuram na lista o universo lúdico trazido por Ariano Suassuna, com “A farsa da boa preguiça”. Nesta mesma esteira, é possível desvendar a linha de Machado de Assis, com a minissérie “Capitu” ou o clássico “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto.
Confira outras dicas da equipe pedagógica do CBV para o Ensino Médio:
# 1º Ano
– Caramuru, a invenção do Brasil
De forma lúdica e divertida, a obra proporciona a chance de se aproximar do universo do escritor Santa Rita Durão, que fala da história do português Diogo Álvares Correia e das lendárias Moema e Paraguaçu. O filme é uma viagem pelo Brasil tropical e pela questão do amor. Assim, ficará mais fácil entender a obra épica feita aos moldes camonianos, do precursor do indianismo brasileiro, o frei José de Santa Rita Durão.
– O nome da rosa
A obra é ótima para entender alguns aspectos da baixa idade média, no que tange a questão do acesso ao conhecimento. Um monge franciscano faz um papel de intelectual renascentista e por meios racionais – assumindo uma postura humanista – desnuda a verdade por trás de crimes.
– O Auto da Barca do Inferno
Bom auxiliar para o aluno investir depois na leitura do teatro de Gil Vicente.
# 2º Ano
– O Cortiço
O diretor mostra a trajetória mesquinha de ascensão econômica do português João Romão e como o vendeiro explorou a escrava – e também sua companheira – Bertoleza. O cenário reflete a aparência de uma falsa burguesia na transição da monarquia para a República em meio a pobres que cantam e dançam para esquecer as suas misérias.
– Memórias Póstumas de Brás Cubas
Produção recheada das investidas machadianas para a abordagem da sociedade do seu tempo. Trabalhos ricos em informações sobre a abordagem do universo humano (mundo das aparências) sob o olhar do bruxo do Cosme Velho. Entre risos e sisos, desnuda-se o véu que encobre as ações humanas.
# 3º Ano
– A Hora da Estrela
A obra consegue trazer à tona a figura acomodada e passiva de uma alagoana pobre na cidade grande, local em que tudo estava contra ela. Exibe-se, assim, o grande conflito humano, a relação do homem com a vida, marca forte da escritora Clarice Lispector.
*Via Assessoria