Mais de 570 famílias já foram beneficiadas com cisternas através da organização social Habitat para a Humanidade Brasil
Instituído em 1992 pela Organização das Nações Unidas – ONU, neste domingo (22), é comemorado o Dia Mundial da Água. Para além da celebração deste importante recurso natural, é importante refletir sobre o difícil acesso à água por algumas famílias, sobretudo do semiárido brasileiro. Nesse contexto, a ONG Habitat para a Humanidade Brasil vem construindo cisternas junto à população do agreste de Pernambuco.
Diante do cenário de uma pandemia, a água se tornou uma importante aliada no combate ao Coronavírus, visto que, através do seu uso, menor é a proliferação. Porém, esse recurso ainda não é um direito assegurado para todas as pessoas. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS – 2018), apenas 74% da população do Nordeste brasileiro têm atendimento a redes de água.
Josineide, moradora do Sítio Chambá, em Riacho das Almas/PE, não fazia parte das pessoas que tinham acesso à água. “Antes de construir a cisterna junto com a Habitat era muito sofrido. A gente tinha que caminhar quase meia hora para buscar água. Imagina a dificuldade tendo criança de braço?”, comenta Josineide, que foi uma das 575 famílias beneficiadas com cisternas pela organização.
A ONU, em busca de acabar com a pobreza e proteger o planeta, estabeleceu os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, onde o ODS 6 prevê assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos até 2030. Em busca de promover uma vida mais digna, a Habitat Brasil atua desde 2007 no agreste pernambucano, construindo cisternas que captam água da chuva. O trabalho é mútuo, feito por voluntários(as) e moradores(as) das comunidades. Esses voluntários captam recursos para financiar a ação e passam cerca de uma semana construindo cisternas e conhecendo a realidade das famílias.
“Nós priorizamos o atendimento a famílias lideradas por mulheres, e com crianças, idosos ou pessoas com problemas de saúde e deficiências morando na casa. Mas o principal critério é que sejam famílias em área rural, sem acesso a água, que recebam até 2 salários mínimos de renda familiar mensal. A mudança na qualidade de vida para as famílias é imediata. Não podemos conceber que milhares de famílias ainda carecem de acesso a este direito humano mais básico”, afirma Mohema Rolim, Gerente de Programas da Habitat para a Humanidade Brasil e responsável técnica pelo projeto.
As cisternas – As cisternas são feitas com placas de concreto e construídas por meio de mutirões em que as famílias, moradores das comunidades e voluntários da Habitat Brasil participam. Quando chove, a água cai na calha do telhado, desce pela tubulação e chega até o reservatório, que tem capacidade de armazenar até 16 mil litros d’água. Nas épocas de seca, basta usar a bomba e retirar água potável pronta para consumo, alimentação e agricultura. De acordo com a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), ainda existe um déficit de 350 mil cisternas para que o acesso à água potável seja universalizado na região.
Sobre a Habitat para a Humanidade Brasil – Habitat para a Humanidade Brasil começou a atuar no país em 1992, motivados pela visão de que toda pessoa merece um lugar digno para viver. Desde então, já desenvolveu projetos sociais em 11 estados e apoiou mais de 87 mil pessoas na construção ou melhoria de suas casas, assim como no acesso à água potável em regiões de seca. A organização atua em espaços democráticos para propor e incidir por políticas públicas de acesso à moradia. Além disso, promove capacitações para fortalecimento de mulheres, jovens, lideranças e comunidades e, através de ações de voluntariado e mobilização, busca envolver a sociedade na luta pelo direito à moradia adequada. Fazemos parte da rede global Habitat for Humanity presente em mais de 70 países. Para saber mais, acesse: https://habitatbrasil.org.br.
*Via Assessoria