Serviços já foram iniciados e trabalho de restauro vai recuperar a identidade que o espaço tinha em 1929
Utilizar como diretriz para a restauração, a reforma realizada em 1929. Este é o caminho a ser percorrido pela equipe que está atuando nas obras de restauro e reforma do Teatro do Parque. Na manhã desta sexta-feira (27), o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Diego Rocha, e o secretário executivo de Cultura, Williams Sant’anna, acompanhados da arquiteta Simone Osias, do Gabinete de Projeto Especiais, realizaram uma vistoria nas obras. Participou ainda, a presidente do Sindicato dos Artistas de Pernambuco, Ivonete Melo, e o presidente da Federação de Teatro de Pernambuco, Roberto Xavier.
O primeiro grupo de serviços em execução, orçado em R$ 8,2 milhões, é coordenado pelo Gabinete de Projetos Especiais da Prefeitura do Recife, e acompanhado pela Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife. Dele constam obras estruturais como troca de toda a tubulação de drenagem, recuperação do telhado, da parte elétrica e hidráulica, revestimento das paredes, recuperação dos adornos, entre outros. Segundo o presidente da FCCR, Diego Rocha, além de ter sua parte histórica resgatada, o Teatro do Parque vai ser entregue totalmente modernizado: “Ao final das obras vamos entregar à cidade do Recife um equipamento histórico com suas características originais resgatadas, mas totalmente moderno com novos equipamentos cênicos e de projeção (para o cinema), de climatização, e acessível aos diversos públicos com as adaptações às Leis de Acessibilidade hoje em vigência”, ressaltou.
A questão da acessibilidade foi destacada pela presidente do Sindicato dos Artistas, Ivonete Melo. Segundo ela, devolver o Teatro do Parque ao Recife acessível a todos é muito importante. “Ele está fazendo uma falta tremenda, deixou um vácuo, um vazio. Eu vi que realmente eles estão trabalhando muito e já foi feita muita coisa e a gente quer que pelo menos esse teatro tenha acessibilidade para as pessoas com dificuldades diversas, já que os outros não possuem. Isso vai ser muito bom”. O presidente da Federação de Teatro, Roberto Xavier, também estava muito satisfeito com o que viu: “É preciso elogiar o esforço da Prefeitura na recuperação do Teatro do Parque. E também o fato da abertura de diálogo que a gestão teve com a classe artística, ouvindo as nossas reivindicações”, destacou.
Foi a partir das primeiras intervenções iniciadas em janeiro deste ano, e de pesquisas realizadas por uma especialista em restauro, que se obteve a definição da linha de ação que será utilizada no teatro, tendo como base a reforma ocorrida em 1929, que edificou o atual hall social do espaço. De acordo com a arquiteta Simone Osias, responsável pelo acompanhamento da obra, a intervenção daquele ano foi uma das mais significativas e possível de ser restaurada. “Aqueles que conheceram o teatro ainda com as características de 29, vão se surpreender porque vão encontrar um equipamento todo recuperado e preservado em suas características originais”, destacou Simone.
Quarenta pessoas estão trabalhando atualmente no local. A proposta de recuperação do edifício vai solucionar transtornos crônicos do Teatro do Parque causados, principalmente, pelas infiltrações devido a deficiências no sistema de cobertura e de drenagem. Até o momento, a equipe já realizou a demolição do revestimento de paredes, divisórias e do mobiliário fixo. A substituição da coberta do palco foi concluída, estando em andamento o mesmo serviço na parte da platéia. Ainda nesse espaço, a equipe de restauro identificou o piso original em ladrilhos por baixo de duas camadas de piso, e o desafio é tentar recuperar esse material. Os serviços de restauro e reforma do Teatro do Parque tem prazo de dois anos para serem concluídos.
Modernização – A reforma do Teatro do Parque, inaugurado em 1915 e reconhecido como Imóvel Especial de Preservação (IEP) em 2012, também prevê a restauração de adornos, bens móveis e pinturas decorativas, novo tratamento acústico, modernização do sistema de áudio e vídeo para o cinema, aquisição de vestimenta cênica, nova climatização, implantação de novo projeto paisagístico e de modernos sistemas de segurança. A ordem de serviço inclui ainda instalação de rede de telefonia e internet, sistema de combate a incêndio e acessibilidade.
A obra está sendo executada pela Concrepoxi Engenharia LTDA. Para garantir a escolha de soluções eficientes e adequadas as especificidades do equipamento, o processo licitatório realizado pela Prefeitura do Recife contou com o estudo prévio do Centro de Estudos Avançados de Conservação Integrada (CECI), que gerou o plano de gestão da Conservação do Teatro do Parque.
*Via assessoria
Fotos: Lú Streithorst / PCR