Por muito tempo consumida apenas pela classe dominante no Peru, devido ao seu alto custo, o aguaymanto é conhecido como frutos dos deuses incas. A herbácea é delicada, pequena e redonda, com coloração que vai do amarelo ao alaranjado, envolvidas por uma folha fina e seca, em forma de balão. Com o sabor agridoce, pode ser consumida ao natural ou usada na preparação de doces, geléias, sorvetes, bombons e em molhos de saladas e carnes.
No Brasil, a fruta é chamada de “physalis” e ainda é pouco conhecida e consumida fora da Amazônia (fronteira com os andes). Porém, pode ser encontrada em pratos dos restaurantes peruanos. No Chiwake, por exemplo, ela está presente no Miraflores (cubos de salmão selado em crosta de gergelim sobre batata doce grelhada em creme de espinafre e aguaymanto) e no Hermoso (filé grelhado em salsa de aguaymanto com leve toque de limão, arroz de shitake em tempurá de brócolis). “A fruta é bem prestigiada em alguns mercados internacionais e não é pra menos, porque dá à comida um gosto doce e ácido ao mesmo tempo, dando um sabor novo e diferente que agrada o paladar”, explica o chef Biba Fernandes.
Muito apreciado fora do país de origem, principalmente na Europa, o aguaymanto pode trazer alguns benefícios para a saúde. Rico em vitaminas A e C, fósforo e ferro, tem suas folhas, frutos e raízes utilizados na medicina popular da Amazônia para combater diabetes, reumatismo crônico, doenças de pele, da bexiga e do fígado. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da Bahia está estudando o fruto como um poderoso instrumento para controlar o sistema de defesa do organismo. “Em geral, ele é usado na forma de chá ou infusão”, diz Milena Soares, pesquisadora da Fiocruz. As moléculas do aguaymanto, chamada de fisalinas, atraíram a atenção dos cientistas porque pertencem ao grupo dos corticosteroides, usados hoje para controlar o sistema imune.
*Via assessoria