Por Juliano Varela, sociólogo e ator
A atriz recebeu a equipe da Click Rec no camarim concedendo uma entrevista exclusiva
De maneira leve e divertidíssima, a peça “Os homens são de Marte… e é pra lá que eu vou!” trouxe à Recife pela primeira vez, e em única apresentação, a atriz Mônica Martelli, que assina a autoria do texto. Em turnê pelo Brasil, a atriz vive Fernanda, uma jornalista promotora de festas de casamento que, aos 35 anos, vive às voltas com sua vida de solteira.
A peça aborda as experiências de uma mulher que, cansada de viver apenas “momentos” com homens que não levam a sério os relacionamentos estáveis, almeja com fervor encontrar um grande amor e se casar. A história se desenrola numa terapia de grupo e o diálogo se dá entre Fernanda, sua terapeuta Beth, sua melhor amiga Natalie, uma tia e seus vários amantes: um político de Brasília, um ortopedista gay, um jornalista socialite, um dono de bar italiano que prega o desapego e um web designer que conhece numa balada.
A discussão sobre os relacionamentos da vida moderna, o amor e o casamento é, portanto, a tônica da peça. Aceitar a solidão, justificar os desencontros, “dar” ou não “dar” no primeiro encontro, fazer promessas e simpatias, freqüentar terapia, explicar a solteirice para a família e questionar seu comportamento diante da possibilidade de encontrar o ser amado são alguns dos dilemas que Fernanda vive em sua solteirice.
Mais do que uma comédia, a peça Os homens são de Marte… e é pra lá que eu vou! é uma espécie de “tratado” da esperança. Para aquelas que estão à procura de um grande amor e de um casamento, fica a mensagem de que “o amor um dia chega para todas”. Para as que já encontraram, a de que “o amor é uma eterna conquista.”
Com promessa de voltar a Recife mais vezes com a peça, Mônica Martelli se despediu da platéia que lotou o teatro do Centro de Convenções da UFPE. Fica a dica…
Após a peça, a atriz recebeu a equipe da Click Rec no camarim, concedendo com exclusividade uma entrevista regada a muita simpatia e, claro, muito amor.
Clic Rec – O que te inspirou a escrever a peça?
Mônica – Minha própria vida de solteira. Quando escrevi a peça estava em volta com as questões de minha solteirice. Com as aventuras que se vivem quando se é solteira. Depois da peça me casei, graças a Deus! Mas o que levou a escrevê-la foi mesmo a minha solteirice.
Clic Rec – Solteirice é um aprendizado?
Mônica – Com certeza! A solteirice ensina muito; e tem que aproveitar, porque um dia você encontra um grande amor. Ela acaba! Mas enquanto se está solteira tem que aproveitar. Pois o problema da solteirice é quando ela se estende demais. Aí você cai na solidão e a solidão é ruim. Tem que aproveitar, que viver. Curtir também é bom, mas essa curtição um dia tem que acabar para as gerações vingarem.
Revista Clic Rec – O amor acalma?
Mônica – Sim! A vida de solteira ocupa demais seu tempo. Você passa o dia esperando a ligação do gatinho, pensando na melhor roupa pra vestir à noite. Minha vida deslanchou depois que eu casei. Quando você casa você relaxa. A solteirice te ocupa demais. O casamento é uma libertação.
Clic Rec – Que mensagem você quer passar para as solteiras com a peça?
Mônica – Que há luz no fim do túnel! O amor um dia vem. Tem que acreditar.
Clic Rec – O amor se busca ou se encontra?
Mônica – Se encontra, eu acho. Se encontra! Mas tem que ajudar, tem que dá uma forcinha colaborar. Mas o amor um dia se encontra.
Clic Rec – Amar ou casar?
Mônica – Eu fico com o amar! Só é possível casar com amor. O amor é quem comanda, o casamento é uma conseqüência. Cada casal tem que encontrar a melhor forma de amar. Eu, por exemplo, adoro estar casada, morar junto, dormir de conchinha, compartilhar as coisas. A Rita Lee diz que o melhor é cada um morar em seu apartamento. Cada casal tem uma forma própria de casar e de amar. O importante é encontrar, juntos, essa forma. Mas o amor vem primeiro, sempre.
Fotos: Paula Martins