Grupo de percussão com meninas de Madagascar se apresenta no Recife
O “Bloco Malagasy”, grupo de percussão afro-brasileira formado por meninas de bairros carentes do sul de Madagascar vem para uma turnê inédita no Brasil. Após apresentações em Madagascar, na Espanha, Camboja e Tailândia, a primeira parada em terras tupiniquins será no estado de Pernambuco, com apresentações de 4 a 9 de julho, de onde o grupo parte para o Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
A primeira exibição acontecerá na sexta-feira (04), durante a partida entre Brasil e Colômbia, na Fifa Fan Fest. Às 11h do dia seguinte (05) o grupo fará um concerto na área externa do Instituto Cervantes do Recife, no Derby. Depois haverá uma conferência, também aberta ao público e gratuita, sobre “O Uso da Arte e da Música na Educação”, com a participação da responsável pelo grupo, Toky Florette e do fundador da ONG Bel Avenir, o espanhol Jose Luis Guirao, idealizador do projeto Bloco Malagasy. No domingo (06) à tarde o Bloco se apresentará no centro do Recife, durante um Encontro de Maracatus. Segunda-feira, (07) é dia de percussão no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, seguido de palestra, e a despedida será quarta-feira (09) com uma apresentação às 19h30 na Aliança Francesa, acompanhada de mostra fotográfica sobre a Ilha de Madagascar.
A turnê pelo Brasil traz 10 representantes do Bloco Malagasy que é composto por 70 meninas de 12 a 25 anos, originárias de Tulear, no sudoeste de Madagascar. A iniciativa é organizada pelas ONGs Bel Avenir e Agua de Coco/Eau de Coco.
O grupo de percussão funde ritmos e danças do Nordeste do Brasil e do sul de Madagascar. A atividade de percussão surgiu pela primeira vez na ONG Bel Avenir em 2008. O objetivo era oferecer uma atividade cultural de qualidade para as meninas e adolescentes dos bairros desfavorecidos da cidade e propor espetáculos com mensagens em defesa dos direitos humanos universais.
Com esforço e dedicação o Bloco Malagasy alcançou um alto nível profissional, o que lhe tem permitido a realização de várias turnês nacionais e internacionais. Assim suas integrantes têm conseguido se tornar referência para muitas jovens em uma sociedade onde as mulheres têm um papel renegado e ainda mais exposto a riscos sociais.
O Instituto Cervantes apoia o projeto e fez questão de receber o Bloco Malagasy por seu caráter social pela magnitude na influência cultural e educacional em tantas crianças e jovens de Madagascar. O diretor do Cervantes do Recife, Isidoro Castellanos afirma que busca com essa e outras atividades planejadas para 2014, reforçar a imagem do Instituto não apenas como curso de espanhol, mas como centro de intercâmbio cultural.
A arte e a cultura como ferramentas para a educação.
A ONG Bel Avenir começou a utilizar as atividades artísticas para contribuir com a educação de seus beneficiados em Tulear, uma das cidades mais pobres do sul de Madagascar. Através de cursos de guitarra, piano, dança, percussão, capoeira, pintura e aprendizagem de instrumentos de sopro, cada mês a equipe do Centro de Arte e Música (CAM) da ONG sensibiliza e educa seus alunos sobre alguma problemática da sociedade malgaxe, como a corrupção, o desrespeito ao meio ambiente, a exploração infantil e a desigualdade de gêneros.
Ao final do mês, o que foi aprendido é exibido em um grande espetáculo de rua: o “Alahady Music Festival” onde os alunos de diferentes disciplinas artísticas do centro vão às ruas para sensibilizar o resto de seus vizinhos.
Assim, através da organização de concertos e turnês nacionais e internacionais, Bel Avenir utiliza a arte e a música para mostrar a situação de pobreza em que vivem centenas de crianças de Madagascar e reivindicar assim o direito à escolarização e condições de vida dignas.
Quando e onde?
5 de julho
11h – Concerto no Instituto Cervantes do Recife.
11h45 – Após o concerto, os responsáveis pelo projeto darão a conferência “O uso da arte e da música na educação”.
Av. Gov. Agamenon Magalhães, 4535, Derby.
*via assessoria