Espaço Muda apresenta Mostra Coletivo Grão Comum

 

 

 

Em paralelo ao Janeiro de Grandes Espetáculos,o Espaço Muda realizará a partir desta terça- feira (11) , durante todas as terças – feiras deste mês, às 22 horas, a ” Mostra Coletivo Grão Comum”,

O Grupo Coletivo Grão comum apresentará seu repertório de espetáculos. São quatro monólogos onde cada artista elaborou uma criação própria articulada ao histórico da sua formação com as referências estéticas, filosóficas, poéticas e técnicas de sua carreira. São eles: Delicado (Daniel Barros), Abanoi – desse lado onde estás (Júnior Aguiar), Mucurana – de mundo afora e história adentro (Asaías Lira) e MARéMUNDO (Arthur Canavarro).

 

 

 

Em paralelo ao Janeiro de Grandes Espetáculos,o Espaço Muda realizará a partir desta terça- feira (11) , durante todas as terças – feiras deste mês, às 22 horas, a ” Mostra Coletivo Grão Comum”,

O Grupo Coletivo Grão comum apresentará seu repertório de espetáculos. São quatro monólogos onde cada artista elaborou uma criação própria articulada ao histórico da sua formação com as referências estéticas, filosóficas, poéticas e técnicas de sua carreira. São eles: Delicado (Daniel Barros), Abanoi – desse lado onde estás (Júnior Aguiar), Mucurana – de mundo afora e história adentro (Asaías Lira) e MARéMUNDO (Arthur Canavarro).

Além disso, paralelamente as apresentações ocorrerá uma exposição fotográfica das encenações por Juan Guimarães.

 

Confira a programação:


11 de janeiro (22h) –

DELICADO expõe uma tragédia brasileira. Daniel Barros se debruçou sobre o universo da obra de Nelson Rodrigues e o foco temático retratado caiu sobre a questão da moralidade. Assim, o espetáculo é a confissão do personagem Eusébio, filho de Macário e Dona Flávia (mãe de sete filhas). Eusébio simboliza a natureza pura do ser humano e as conseqüências dramáticas do seu destino influenciado pela repressão, pelo machismo exacerbado e pelo preconceito de toda uma sociedade. Pois, Eusébio aprendeu: a moralidade é basicamente condenatória. A encenação fala das convenções tecidas pela Moral, coloca em questão a natureza do nosso espírito perguntando: nascemos puros e bons? Somos esses seres generosos e benevolentes ou na verdade descobrimos que não existe bondade natural e que a delicadeza acabou… Somos egoístas, ambiciosos, agressivos, castradores, cruéis, precisamos do dever para nos tornarmos seres morais? Qual natureza possui Eusébio? Sua existência contraria o olhar viciado e cheio de curvas da instituição familiar e da própria sociedade que macula a natureza humana com um machismo exacerbado, retrato de uma sociedade fálica que continua a gerar uma opressão secular sobre a mulher e sobre a própria questão (contraditória) das sexualidades. Realizou duas temporadas em 2010. A primeira no Teatro Alfredo de Oliveira cuja estréia foi no dia 24 de setembro e a segunda no Teatro Joaquim Cardozo (Centro Cultural Benfica) estreando no dia 04 de dezembro. Realizou 12 apresentações.

 

18 de janeiro (22h)


ABANOI – desse lado onde estás interliga falas contemporâneas a vozes ancestrais. O espetáculo de Júnior Aguiar conta a seguinte história: Numa reunião, um deus dotado de inteligência é assassinado com uma mistura. Mas do corpo do deus surge um fantasma que reaparece para lembrar tudo o que aconteceu. Através do tempo, o fantasma relembra coisas que não podem ser esquecidas e encarna o anseio da liberdade, não só da pátria, como do próprio ser humano e, principalmente, de todos os povos oprimidos e humilhados. No momento de decifração dos textos identificamos uma mesma voz unir referências seculares, num legítimo jogo de intertextualidade que coloca em diálogo: os brasileiros Augusto dos Anjos(1884-1914) e Machado de Assis(1839-1908); o africano Patrice Lumumba(1925-1961); o grego Nikos Kazantzákis(1883-1957) e Nur-Aya nascido na Mesopotâmia(XVII a.c.)cujo texto originalmente foi escrito em tábuas de barro. É para ocupar a memória e o coração. A estreia da sua primeira temporada aconteceu no dia 23 de maio de 2009 realizando até o presente momento 25 apresentações. Ganhou os prêmios Melhor Sonoplastia, Ator e Projeto de Pesquisa na III Mostra Capiba de Teatro (SESC – CASA AMARELA) .


25 de janeiro (22h)


MUCURANA –
de mundo afora e história adentro mostra a passagem de um peregrino contador de histórias que atravessa o seu país carregando apenas uma bolsa e dentro dela: causos, lendas e cordéis que costuram com a sabedoria popular retalhos da nossa identidade brasileira. Mucurana canta, dança e relembra provérbios, trazendo a tona o conceito simbólico e ancestral do homem sábio que fala ao povo. O espetáculo defende a tradição do contador mambembe de histórias, fazendo engordar o discurso grandioso desta gente brasileira. Mucurana que fala ao povo: alerta o oprimido, faz orgulhoso o preto e também o artista pobre que sempre se posiciona no tabuleiro da fome, da necessidade e da esperança! Suas palavras dizem do preconceito, do dinheiro e do lixo. Suas frases ainda falam do Brasil descoberto pelos índios, das estrelas, da esperança e da liberdade. O espetáculo reafirma o interesse de Asaías Lira(Zaza) em apresentar com “os pés descalços” a condição humana de um povo, que com muito pouco, consegue expressar a dimensão da sua existência. Sua estréia foi no dia 28 de novembro de 2009 no Mercado de Casa Amarela (Recife/Pernambuco) realizando até o presente momento 10 apresentações.

01 de fevereiro (22h)


MARéMUNDO é o quarto e último solo do Coletivo Grão Comum. A encenação de Arthur Canavarro conta a história de Beira-mar. É a odisséia de um pescador pelo desconhecido, atravessando o oceano, por crer na existência de uma ilha que ele precisa chegar. No seu universo, o mar não é simplesmente uma realidade física e biológica, mas povoada por seres humanos e não-humanos, por monstros e divindades e navegá-lo para além do horizonte pode ser visto como produto do desespero e do espanto.  É uma narrativa sagrada que vai além dos heróis, dos monstros marítimos, das histórias de sereia e dos desafios irreais. Este homem, na beira-mar, pensa que navegar é preciso porque quando somos surpreendidos, quando acontece algo inesperado ou imprevisível, quando o significado costumeiro das coisas, das ações, dos valores ou das pessoas perde sentido, mudamos ou precisaríamos mudar de rumo para entender o porquê de tudo acontecer. Sua pré-estreia está marcada para o dia 01 de fevereiro de 2011 dentro da Mostra Grão Comum realizada no espaço cultural MUDA.

Serviço:

QUANDO? 11, 18, 25 de janeiro e 01 de fevereiro

ONDE? MUDA (Rua Capitão Lima, 280. Bairro: Santo Amaro. Telefone: 3032- 1347)

 

Fotos: Juan Guimarães