(Desfile da grife Mariah Araujo)
O Brasil vem sendo redescoberto. O potencial tupiniquim que grita sua existência ao mundo vem fixando na parede da memória contemporânea o país do futuro. Ou o país do presente. A prosperidade que invade nossas casas através do rádio, da TV e da internet infesta os espaços como prenúncio – ou constatação– de um tempo bom, agregando o mundo da moda a esta realidade: Nós estamos em voga. Se pelas passarelas internacionais os canarinhos dão um baile, por aqui ainda se pergunta: Quem é que dá as cores da bandeira e cara ao povo brasileiro?
Na busca pela identidade nacional, principalmente no que tange a moda, duas grandes cidades largam na frente. Rio de Janeiro e São Paulo têm visibilidade mundial e fazem girar capital suficiente para deter as atenções. São verdadeiras fábricas de desejos, de luxo, Acontece que o Brasil é muito grande…
Um país com a pluralidade cultural que o Brasil tem não pode permanecer tanto tempo submetido à ditadura de um eixo. Sentinela, o universo fashion está reparando essa injustiça. Feito por merecer, Pernambuco recebe seu quinhão.
(Grife Pluz Brasil)
Do frevo, do maracatu, do mangue, do colorido, das grandes feiras populares, da chita, do cordel, se tem muito a oferecer. Desde meados dos anos 90, com a explosão do movimento manguebeat, Recife se transfigurou e imprimiu em letras garrafais que caranguejos têm cérebro. Um mar – ou um mangue – de influências e inspirações tão vastas que se torna impossível dilacerá-lo de uma única vez.
E assim será, de pequenas mordiscadas, um sabor dado amarelo-manga. O grito que já era latente agora tem outros sotaques e ecoam cá pra baixo. O mundo da moda agradece… e aplaude ritimado.
Por Roberta Barcellos, estudante de Design em Moda do SENAI/CETIQT – Rio de Janeiro