II Semana Estadual da Vivência e Prática da Cultura Afro Pernambucana. Lei Malunguinho 13.298/07.
Kipupa significa união, agregação de pessoas, associação de indivíduos em prol de algum objetivo, este termo também dá nome a uma cidade na República Democrática do Congo, que se formou pela agregação de refugiados da guerra civil para formarem um gigante quilombo de esperança e reconstrução de sua liberdade e identidade.
Malunguinho, vem do vocábulo Malungo que significa camarada, amigo, companheiro de bordo e de lutas, palavras pertencentes ao tronco lingüístico Kimbundo, língua falada em Angola, país de que vieram estes negros guerreiros. Malunguinho é o título dado aos líderes quilombolas pernambucanos que no século XIX fizeram ferver a capital, na luta por liberdade, reforma agrária e seus direitos. Este nome tabém é dado a Divindade patrona do culto da Jurema Sagrada, o Rei Malunguinho, que é caboclo, mestre e trunqueiro (Exú de jurema).
O KIPUPA Malunguinho nasce em 2006 do anseio de resgatar e dar visibilidade a nossas lideranças históricas negras/indígenas negadas pela historiografia oficial, a exemplo do líder negro Malunguinho e tantos outros, destacando o papel de Pernambuco na resistência negra no Brasil. Determinamos o mês de Setembro para realização anual do evento em homenagem ao ultimo líder do Quilombo do Catucá, o João Batista que teve sua data de morte comprovada a partir de documentos existentes no Arquivo Publico Estadual Jordão Emerenciano, em 18 de setembro de 1835.
Em 2007, nossa articulação, conseguiu aprovar a lei 13.298/07, a Lei Estadual da Vivêncai e Prática da Cultura Afro Pernambucana, a Lei Malunguinho, apresentada e aprovada pelo Deputado Isaltino Nascimento do PT, que institui no calendário oficial do Estado uma semana para atividades relacionadas à Maluguinho e a cultura que o cerca, em especial a Jurema.
O Quilombo Cultural Malunguinho, entidade idealizadora e realizadora do evento, implanta a partir da realização do I° Kipupa Malunguinho, ocorrido em setembro de 2006, um calendário permanente para comemorações e homenagens às lideranças negras históricas, fundando a trsdição do coco do Catucá, com diversos sacerdotes e sacerdotisas da Jurema e do candomblé, artistas, pesquisadores, políticos e estudiosos da cultura e das ciências humanas, além da comunidade onde acontece o vento.
O objetivo do evento é manter viva a memória e história dos líderes quilombolas, construindo o sentimento de pertencimento e reconhecimento nacional a estes líderes negros, através das discussões de temáticas sócios- educacionais e culturais, com a participação de sacerdotes e sacerdotisas da Jurema Sagrada, do Candomblé (Xangô), pesquisadores, estudiosos, mestres e mestras da cultura tradicional e popular, músicos e interessados, materializando em matas fechadas do antigo quilombo de Malunguinho uma possibilidade de imersão na vivência e prática na cultura afro indígena pernambucana, através de debate, ritual (liturgia da Jurema) e o grande coco da mata, com mestres de renome como Mestre Galo Preto, Mestra Eliza do Coco, Mestre Ze de Teté, entre outros que tem na tradição cotidiana o contato com nossas matrizes fundadoras da identidade nacional.
Todo evento é para homenagear e reconhecer Malunguinho, líder negro que elevou-se à divindade na Jurema Sagrada, assumindo a patente de Rei da Jurema, se firmando na tradição oral e teológica nordestina como defensor espiritual, posto este que o diferencia de Zumbi dos Palmares que não “baixa” nos terreiros, mas que os une enqunato personagens inprescindíveis nas lutas históriocas negras por liberdade no Brasil.
O Kipupa Malunguinho, Coco na Mata do Catucá é um evento único no gênero. Nele o participante poderá conhecer parte de nossa história que não está nas escolas nem nos livros. Poderá brincar e vivenciar coletivamente a experiência de adentrar nas tradições menos acessíveis ao público, por serem na maioria religiosas/culturais.
Todo roteiro é feito para poder-se experienciar a vida daqueles negros e negras que ali (matas do engenho Pitanga II- Abreu e lima – Catucá) lutaram, viveram e morreram.
Roteiro:
7h. Saídas dos ônibus e dos terreiros e municípios;
8h. Encontro dos ônibus e pessoas na Prefeitura de Abreu e Lima;
9h. Chegada na mata.
9h. e 20min. Abertura com diálogo e palestra sobre Malunguinho (normas do evento)…
10h. Entrada na mata com ritual religioso para Malunguinho e os donos da mata;
10h. e 30min. Ritual para Malunguinho com Juremeiros e povo de terreiro (gira, cânticos, louvações e obrigação coletiva);
11h e 40min. Descida ao centro da Mata do Catucá, arrastão do coco de mata à dentro…
12h. e 20min. Coco na Mata com os mestres e mestras do coco e da Jurema.
15h retorno para almoço tradicional da Jurema;
15h… Mais coco…
17h. Fechamento e retorno do comboio de Malunguinho àos seus municípios.
Programação cultural
Mestre Galo Preto
Grande Mestre da tradição do coco nordestino. Participante ativo no Kipupa Malunguinho desde 2008, o Mestre Galo Preto é a maior representação da cultura quilombola negra do coco, hoje, vivo. Com seus 75 anos de idade e 66 anos de carreira, levará às matas do Catucá, a mais pura poesia de repente e embolada, os cocos de seus antepassados e a sua pisada clássica do trupé do agreste meridional de Pernambuco. Foto de Roberta Guimarães.
Visite seu site: www.myspace.com/mestregalopreto
Zé de Teté (Limoeiro)
Forte representante do coco da zona da mata, o mestre Zé de Teté, traz todo som e poesia “pesada” da cidade de Limoeiro/PE. Com sua família, amogos e percussionistas, mostra no entoar de seus cânticos toda fortaleza de sua cultura consciente e dinâmica.
Foto de Laila Santana.
Visite seu site:
www.musicadepernambuco.pe.gov.br/artista.phd?idArtista=12
Adiel Luna e Coco Camará
Com toda ciência do repente e das melodias de viola, o jovem Adiel Luna, trás consigo as insígneas da cultura nordestina, em especial o coco e o repente. Com o Grupo Coco Camará, do município de Camaragibe, canta em versos e poesia toda vivência e luta do artista nordestino. Ele é um dos mais promissores jovens mestres do coco, e, com ele vem o brinquedo da sambada da LAIA e toda força da nova música pernambucana.
Visite seu site: www.myspace.com/adiellunaecococamara
Grupo Bongar
Este grupo reúne em si os festejos tradicionais do terreiro Xambá, local sagrado do culto aos Orixás e Eguns, no Portão do Gelo, em Olinda. Jovens, são todos parentes familiares que transformaram do brinquedo de seus ancestrais um novo caminho para o reconhecimento das raízes negras e indígenas do povo de terreiro. Com forte representatividade nacional, o Grupo Bongar, leva de mundo a fora a cultura do coco da Jurema, uma batida única de seu terreiro, identificada pelo rufar da alfaia de macaíba, percutida genialmente por Iran (Iranildo), percussionista do grupo. Palavras chaves deste trabalho são: Arte, espiritualidade e muito rítmo forte!
Visitem o site do grupo: www.myspace.com/grupobongar
Informações Gerais:
Domingo 19/09
V Kipupa Malunguinho, coco na mata do Catucá
07h (Saís dos ônibus dos municípios e terreiros)
Local: Matas sagradas do engenho Pitanga II Abreu e Lima
Atenção; levar sua alimentação, seu cachimbo e ir com roupas tradicionais da Jurema.
*Contribuição para os ônibus: R$: 5.
Inscrições pelo email: quilombo.cultural.malunguinho@gmail.com
Fones: 55 81 8887-1496 / 9428-4898 / 3244-2336
Serviço:
19 de Setembro – Domingo
Saída dos ônibus às 07h
Local: Matas sagradas do Engenho pitanga II – Abreu e Lima
Com informações da Coordenação e Produção geral:
alexandrelomilodo@gmail.com
81. 8887.1496