O Instituto de Arte Contemporânea do Recife, no Benfica, se prepara para receber amanhã, a partir das 19h, os trabalhos da artista Suzana Azevedo, que já foi bolsista da Universidad de Salamanca e ganhou o prêmio Vasconcelos Sobrinho, concedido pela CPRH, em 2005. No IAC, a artista plástica mostrará o resultado de sua pesquisa que vem sendo desenvolvida há 5 anos.
A mostra Almanaque do Tempo Comum, reúne duas obras que a artista qualifica com volumes desse “almanaque”. O primeiro volume, chamado Babel, uma mensagem legível trata da transformação de 700 cartas pessoais da artista guardadas por 40 anos, que foram ressignificadas em 90 folhas de papel. “O processo de ativação do tempo-memória da vida, contido nas mensagens das cartas, teve lugar quando percebi que elas haviam encerrado as funções interativas que possuíam e clamavam por uma nova identidade para, de forma não explícita, saírem do âmbito privado para o coletivo”. A intenção de Suzana é que agora, com um novo formato, as cartas deixem de lado a função que exerciam antes, ao mesmo tempo que provoca no público uma reflexão sobre a importância de estender a compreensão para além dos símbolos convencionais. “Permanecem os vestígios da escrita, algumas letras, fragmentos de adereços colados nas páginas que foram transformados em uma massa única, multiplicando a diversidade dos códigos contidos nas mensagens originais”.
Junto com o volume acima descrito, Suzana selecionou também a obra PRE COM CEI TOS, que trata da questão do preconceito moral vivido pela sociedade do século XIX, assunto também abordado pelo romancista Carneiro Vilela. Assim, esses trabalhos poderão ser vistos a partir do dia 10 de agosto no Instituto de Arte Contemporânea do Recife. A mostra fica até o dia 1 de setembro e terá uma abertura comum com a exposição intitulada Caixas Pretas Sobre Cubo Branco do grupo Amplexo.