Após anos com a banda Martinez, Miguel prepara canções e arranjos intimistas que prometem ser sucesso.
O Pernambucano, Miguel Solano, 24 anos, fotógrafo, redator e estudante de publicidade, engatou-se no mundo da música desde pequeno, em que ainda aos seus 14 anos já detonava na guitarra e cantava em grupos musicais, passando por duas bandas antes de dar início a sua carreira solo.
Para quem conhece a banda Los Hermanos, que encerrou há um certo tempo, pode comparar o visual e o estilo ao do cantor recifense, porém suas canções românticas e de auto-estima estão sempre com uma pegada mais leve e suave, gostosas aos ouvidos e ao coração. “Sigo a linha John Mayer”, segundo ele, sua apresentação é uma forma mais intimista.
A grande maioria dos artistas que seguem o ramo da música tem uma certa rejeição dos familiares, com Miguel não foi diferente, porém decidido a se “realizar profissionalmente como músico”, ele formou sua primeira banda, Silverstone, juntamente com seu irmão Digão e seu grande amigo Gustavo.
Após quatro anos divulgando suas composições com a Silverstone, o grupo não resistiu a imaturidade e a divergência musical entre os integrantes. Com o final de sua primeira fase, dentro de uma promissória carreira, Miguel ingressou na Martinez, famosa entre o público jovem de Recife, que perdurou do inicio de 2006 à março de 2010.
Martinez foi um grande passo para esses músicos e principalmente para Miguel, pois suas composições se fortaleceram em várias cidades do país, juntamente com os arranjos dos amigos Kassio e Bruno. Devido ao amadurecimento no decorrer de mais quatro anos com a Martinez, a banda resolveu parar por tempo indeterminado para que cada integrante possa fortalecer seus novos projetos.
Miguel Solano bate um papo com a Revista Click Rec e revela o que vem em sua nova fase.
Qual o seu estilo pessoal?
Acho que sou simples demais até. Gosto de estar sempre bem vestido, mas não implica dizer que sou o rei da moda. Enfim… Hehehe.
Tem namorada?
Tenho sim. Se chama Olívia e me acompanha e apóia sempre 🙂
Miguel, por que fazer carreira solo?
Porque as coisas saem da forma que eu sempre imaginei. Muitas pessoas com idéias diferentes pode ser algo muito bom, mas também muito ruim. Sou extremamente aberto a novas idéias, mas quando vi que estava passando dos limites, resolvi me virar “sozinho”.
Quais foram as maiores dificuldades que você encontrou nas bandas que já tocou, como a Silverstone e a Martinez?
Oportunidade para divulgar o trabalho e locais para shows. Esse problema até hoje existe, mas a internet chegou pra dar uma ajudada. Hehehehe
Qual o foi o seu momento inesquecível no palco?
Cara… tantos. Impossível de dizer. E ainda virão vários inesquecíveis pela frente.
Com quem você já tocou e gostaria de tocar novamente? Por que?
Não tive muitas participações durante minha carreira como músico de banda. Porém, tenho muita vontade de dividir o palco com a galera da Mamelungos.
Você acha que Recife, em sua diversidade cultural, tem espaço para artistas que desejam se lançar nesse ramo?
Tem espaço pra tudo. O problema é que o preconceito fala mais alto do que a vontade de ouvir. Recife é multi-cultural e isso é maravilhoso! Só precisamos respeitar mais cada som, cada estilo.
O que falta em Recife, Pernambuco, para que os artistas regionais sejam mais notados? Você acha que o Sul, Sudeste, escanteiam tais produções?
Sinceramente, não sei. Mas acho que fazer as coisas com mais sinceridade e identidade, talvez. Veja tantos grupos nascendo, mas sem identidade nenhuma (falo no ramo que vivo. Não posso falar de outros).
Como foi o seu primeiro envolvimento com a música?
Não lembro. Hehehe! Minha primeira foto já foi com um fone, ao som de Thriller – Michael Jackson.
Porque fazer música?
Porque tenho muita coisa pra dizer e muitas delas saem sem perceber. Acho que tal vontade não pode ser guardada em um baú.
O que é mais prazeroso para um artista como você: viver de música ou viver com a música? Por que?
As duas alternativas se completam perfeitamente. Viver de música é o mesmo que viver de amor: Não dá pra viver só disso. E viver com a música é o mesmo que viver com uma mulher: Quanto mais respeitado e sincero for seu trabalho, mais prazeroso ficará a cada dia. Então, continuemos na luta sempre. Hehehe.
Quais as suas principais influências?
Não existem principais. Eu digo que existem as do momento da pergunta, que são os artistas que lembro na hora. Então poderia citar Lenine, John Mayer, Michael Jackson, Roberto Carlos, Ney Matogrosso, Kings Of Leon, Silverchair, etc.
Você tem saudades da Martinez? Será que a banda pode voltar algum dia?
Não mesmo. Saudade é bem diferente de nostalgia. Sinto que tudo foi muito bem vivido, mas que teve seu fim na hora certa. Tenho lembranças maravilhosas de tudo e morro de rir com várias passagens que me vem à mente, mas voltar, não.
Qual a sua música de lançamento? Como foi feita a escolha dela? O que ela retrata?
Bom, estarei lançando um EP no final de julho, se Deus quiser, e a música de trabalho se chamará “Fútil”. Ela fala sobre a agonia de uma pessoa que se vê sem saída ao achar que todos estão a lhe observar, enquanto ela é apenas mais um ser humano normal.
Tem alguma parceria futura? Qual?
Espero que sim. Como disse, sinto vontade de dividir o palco com a Mamelungos, o Lula Correia, o Bruno Negaum, etc.
O que, você, Miguel Solano, prepara para o público? Como será feita suas apresentações? (tipo, sentado, acústico…essas coisas)
Bom, sinceramente eu ainda não sei te dizer. Estou em fase de ensaios, mas tudo será aproveitado. O show não será apenas acústico (as músicas do site são apenas versões demo), mas terá sim seu momento desplugado. Mas agora fica impossível de dizer como será o show. Posso adiantar que será bem diferente do que o público estava acostumado a ver na Silverstone e Martinez.
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Em uma outra entrevista com a banda recifense, a GambGaragee, eles disseram que Recife está em um novo movimento, em que artistas como vocês estão ousando e saindo da Garagem. O Movimento definido pela banda era o “Gamb”, que significa gambiarra, ou seja, não importa como fazer a música e sim fazê-la com qualidade e personalidade. Em que movimento pernambucano você se encaixaria?
Em qualquer um que seja verdadeiro. Não tinha ouvido falar ainda sobre o “gamb”, mas posso me incluir nele também. Hehehe. Abraço pra galera!
Faça um setlist pernambucano com 5 canções e 5 bandas.
Lenine – Jack Sou Brasileiro
Mamelungos – Pedaço de Mim
Lula Correia – Here Go Again
Gleisson Jones – Piloto de Avião
Volver – Próxima Estação
Qual o recado que você daria para os músicos pernambucanos que desejam obter sucesso e que nunca tiveram a oportunidade?
Persistir sempre! Sou um exemplo de quem já foi muito desiludido pela música e estou firme na luta cada dia que passa. Viver de música é complicado e é uma brincadeira muito cara. Mas se você sente que não quer nada além disso, persista, independente das condições.