O disco é recheado de toques eletrônicos de qualidade, sintetizadores oitentitas similares a grandes nomes como Depeche Mode, Information Society e Erasure
Em setembro de 2009, ocorreu um dos lançamentos mais aguardados pela crítica musical mundial, é inegável. O disco The Resistance, da banda britânica MUSE, era absurdamente esperado por toda mística que o envolvia. Obviamente que a legião de fãs que os seguem já estavam ligados em alguns possíveis detalhes do novo album, até mesmo em um mp3 (United States of Eurasia), liberada pelo Twitter da banda na grande rede. Acho que até isto foi pensado pelos integrantes. A referida música, é talvez uma das que mais procure no Bohemyan Raphsody do Queen suas influências. O resto do álbum é surpreendente.
Este quinto disco é diferente dos outros trabalhos. A expectativa sobre o mesmo surgiu porque Mathew Bellamy, multi-instrumentista e vocalista da banda, havia dito numa entrevista que teriam músicas no disco que poderiam tocar nos programas de música clássica da BBC de Londres. Muito pretensioso? O pior que não! O MUSE utilizou neste disco muito mais do que os vocais inspiradores do Queen (o que de fato é uma grande influência). Todo estudo de Bellamy em sua infância-adolescência de piano clássico também entrou no disco (Vide o talento na interpretação do “Nocturne In E Flat Major, Op.9, nº2”, de Chopin, finalizando US of Eurasia), sem falar do encerramento matador do album com a “Exogenesis Symphony” divididas em 3 atos como é bastante peculiar nos grandes concertos e sinfonias eruditas. E acompanhada de fato por uma orquestra de 40 músicos mais baixo, bateria, guitarra e piano.
Não termina por aí. Acho que o modernismo do MUSE é o que vai reger o rock n´roll mundial daqui há alguns anos. Até porque as influências não param ainda no The Resitance. O disco é recheado de toques eletrônicos de qualidade, sintetizadores oitentitas similares a grandes nomes como Depeche Mode, Information Society e Erasure (dentre outros). Aqueles que levam você a querer dançar e quando menos esperamos somos surpreendidos por um trovão explodindo na guitarra de Bellamy, com as influências de Tom Morello (RATM) e os refrões maravilhosos e melancólicos peculiares ao mesmo.
Depois de muitos anos esperando, acho que o MUSE é que vai chegando no patamar de grande banda, principalmente em qualidade, inovação e sem sombra de dúvidas, porque é a performance mais elogiada por críticos de música e público desde 2007, com o histórico DVD – HAARP, gravado no novo estádio de Wembley e além de tudo, sendo o primeiro show a esgotar todos os ingressos da nova fase do Estádio.
Não acho que o passado seja um mal caminho, ao contrário, talvez seja o melhor. Mas é comprovado que você precisa se desenvolver para poder inovar e não apenas tentar fazer igual ao que já está feito. O MUSE com seus 3 excelentes músicos, vai caminhando numa estrada bastante segura aos meus olhos para entrar para a história da música. Eles sugam o que é bom lá de trás e utilizam todo o embasamento adquirido nas aulas e nas práticas, para criar coisas novas adequando ao mundo moderno. E as mudanças constantes de um trabalho para o outro provam todo o talento e competência dos caras. De fato um trabalho maravilhoso e uma banda muito respeitável. Todos os méritos e salves para Matthew Bellamy (voz, guitarra e piano), Christopher Wolstenholme (baixo) e Dominic Howard (bateria e percussão).